São Luís, 26 de abril de 2013
A escassez e a falta de água são problemas que
fazem parte da realidade da maior parte dos 22 mil habitantes do município
Alcântara (MA). Por isso, é fácil entender o interesse pelos temas relacionados
a ela, demonstrado pelos alunos do Ensino Fundamental, que participaram da
Reunião Especial da SBPC em Alcântara, realizada entre segunda-feira e termina
hoje. Duas atividades desenvolvidas em quatro Polos Educacionais do município
trataram da água, seu ciclo e sua importância para a humanidade e o planeta.
Em uma delas, foi construído um terrário para
demonstrar como funciona a evaporação, a formação de nuvens e a chuva. Também
foi mostrado como fazer a limpeza da água com a construção de um filtro com
garrafa PET, areia, pedras e carvão. Além disso, foi explicado às crianças como
se faz uma armadilha para o mosquito transmissor da dengue, o que serviu para
discutir os métodos de prevenção de doenças para as quais a água tem papel
essencial na sua disseminação. “As crianças adoraram nossa oficina”, disse a bioquímica
Valquíria Medeiros, professora da Universidade Federal de Juiz de Fora, e uma
das responsáveis pela atividade. “Procuramos abordar questões que estão na
realidade dos estudantes daqui. Como isso, conseguimos prender a atenção
deles.”
Um gibi foi
o meio usado na outra oficina para tratar das questões relativas à água. Na
verdade, o livrinho distribuído aos alunos tem um objetivo maior que a
alfabetização científica e a popularização da ciência. “Por meio da história em
quadrinhos do gibi podemos tratar de vários temas”, explicou a bióloga Nilana
Barros, professora da Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp). “Entre eles, lixo e poluição, desperdício de água, tipos de
nuvens e reciclagem. A maioria dessas crianças nunca viu um gibi. Abrimos um
novo mundo para elas. Também ajudamos a criar uma consciência ambiental nessas
comunidades.”
As crianças, que demonstraram ter um bom
conhecimento sobre a dengue, gostaram de receber outros conhecimentos que não
tinham. “Aprendi que nem toda água está limpa apenas por ser transparente”,
contou Natan dos Santos Pereira, de 10 anos, aluno do 3º ano, da Escola
Municipal D. Pedro II, do povoado de Arenhengaua, a cerca de 45 quilômetros da
cidade de Alcântara. “Ela pode transmitir muitas doenças, mesmo quando a gente
acha que ela está limpinha e boa para beber.”
(Evanildo da Silveira - de Alcântara)