domingo, 30 de dezembro de 2012

Confira a entrevista com Fernando Gonçalves, Secretário de Meio Ambiente de Apicum-Açu


Fernando Gonçalves é atualmente Secretário de Meio Ambiente do município de Apicum-Açu (2011-2012). Além de ocupar este cargo, atua no setor terciário, é dono de padaria em Apicum-açu e possui uma pousada na Ilha dos Lençóis - Floresta dos Guarás.

Compromissado com o meio ambiente, Fernando Gonçalves, busca continuamente novos meios de contribuir para a construção de um futuro melhor participando ativamente na sua comunidade, acredita que a sustentabilidade é o caminho certo a se seguir.

Em parceria com o CERMANGUE/LAMA, a Prefeitura de Apicum-Açu por intermédio de Fernando Gonçalves promoveu em Apicum-Açu o Programa Manguezal. E é sobre isto que trata-se nossa entrevista.

Cermangue: Qual a importância do Programa Manguezal no município de Apicum-Açu?
Fernando: É muito valiosa, pois através da educação ambiental conseguiremos chegar onde queremos. A Secretaria Municipal de Educação de Apicum-Açu foi uma grande parceira desse programa. Creio que a principal importância dele é sermos pioneiros no monitoramento do nível do mar, pois na minha concepção nem mesmo São Luís faz esse tipo de trabalho.

Cermangue: Quais foram os momentos mais marcantes dentro do programa?
Fernando: Todos os momentos foram importantes dentro do programa. Mas a criação da Ecoteca no município merece destaque. O envolvimento dos garis com o programa, também considero como um momento bastante importante. Outro momento marcante foi poder levar o programa à Rio+20, onde fomos muito elogiados pela iniciativa, e isso é muito gratificante.

Cermangue: Quem foram os parceiros do programa?
 Fernando: Em relação às parcerias privadas, contamos com a empresa Sempre Verde, que reconheceu a importância e doou ao município um container para a coleta de lixo. Já em relação à parceria pública tivemos apoio da UFMA, e também da Prefeitura de Apicum- Açu através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Cermangue: O que foi realizado no programa?
Fernando: O programa foi lançado no dia primeiro de março deste ano, nós fizemos capacitação com todos os professores do município, desde o fundamental até o ensino médio, capacitamos também os garis e pescadores. Criamos a Ecoteca municipal e também pretendemos criar uma unidade de conservação para a preservação das matas ciliares, como por exemplo, os juçarais e buritizeiros, que são plantas nativas e que estão em constante desmatamento no município. O projeto está em execução e planejamento, e conta com a participação de vários setores da sociedade, afinal todo trabalho para se ter um resultado positivo é necessário planejar.

Cermangue: Qual a avaliação que você faz desse programa?
Fernando: Muito bom, no andamento do projeto pude perceber que ele é muito amplo. A criação da ecoteca foi muito marcante pra mim, quando fomos conversar com Werley Monteiro, o Secretário de Administração e Finanças de Apicum-Açu ele sugeriu que ampliássemos a biblioteca municipal, e hoje esse prédio funciona como a Ecoteca, e ela já é visitada pelos turistas.

Cermangue: O que foi feito dentro da sua gestão e o que ficou em andamento?
Fernando: No ano de 2007 a 2008 fui Secretário Municipal de Turismo e Meio Ambiente, fizemos o primeiro e segundo Seminário do Meio Ambiente do Município, dentro desse seminário elaboramos a carta de intenção de Apicum – Açu, com a Flávia Mochel. Foi realizado também o planejamento da Apa das Reentrâncias Maranhenses para a Convenção Ramsar; inventário da oferta turística, matriz do PPA; a implantação da coleta de lixo no município; a implementação de um centro de monitoramento de aves migratórias na Praia do Barão, em parceria com a UFMA (destaque no programa Globo Ecologia); a implantação do programa “Caminhos do Futuro”, do Ministério do Turismo, e também a elaboração de uma lei municipal para criação do Conselho Municipal de Turismo.
No ano de 2011 a 2012 como Secretário do Meio Ambiente, participei do Programa Manguezal, que inclui desde a educação ambiental, recuperação de áreas degradadas até a pesquisa da fauna marinha. Também fui responsável por elaborar o Plano Municipal de Resíduos Sólidos, pois até 2014 nenhum município brasileiro poderá ter lixão, somente aterro sanitário, mas para isso os municípios têm que elaborar seus planos municipais de resíduos sólidos, através desse plano o município receberá recursos para a construção do seu próprio aterro sanitário. E quando isso acontecer, será muito gratificante para mim.
 Em relação ao que ficou em andamento, posso citar o Projeto Orla, o curso de capacitação de agentes ambientais do Ibama,  a criação do conselho municipal de meio ambiente e o projeto manguezal que está em execução.

Cermangue: Agora sua gestão está chegando ao fim, o que você espera que aconteça com o programa?
Fernando: Não posso saber se o futuro gestor vai dar continuidade ao programa, mas estarei acompanhando como cidadão de Apicum- Açu. A criação da unidade de conservação é a bandeira que carrego e vou lutar por isso.

Cermangue: Como você acha que pode ajudar, mesmo estando no setor terciário?
Fernando: Creio que posso contribuir dando exemplos de como ajudar o meio ambiente. Penso que, se criarmos a Associação Comercial do Município, seria uma parceria muito importante para o andamento do programa, pois quanto mais pessoas envolvidas, melhor acontecerá o andamento do mesmo.

Cermangue: Como você percebe a atuação do setor terciário? E o que representa esse programa pra esse setor?
Fernando: Eu percebo que as pessoas desse setor ainda não estão completamente envolvidas, a não ser os pescadores, afinal eles se sustentam da pesca, e sem peixe não tem como eles sobreviverem. Creio que falta mais empenho do setor terciário. Já em relação aos garis, vejo que eles também estão muito envolvidos com o programa e isto é muito gratificante pra mim. Esse programa está voltado para a preservação do meio ambiente, quanto mais pessoas estiverem envolvidas, melhor será o resultado.

Cermangue: Além das suas atribuições como agente público, vinculado à prefeitura de Apicum-Açu, de que outras formas você contribui para a preservação do meio ambiente?
Fernando: Na padaria, o forno utilizado não é a lenha, uso  somente embalagens ecologicamente corretas, tais como o papel e o plástico biodegradável, que apesar de serem mais caros, trazem menos impactos ao meio ambiente. Já na pousada, existe uma “ecofossa”, uma fossa ecológica. A água que é usada na descarga passa por um filtro que sai mais ou menos 90% tratada, porém ela não serve para consumo, mas ela serve para usar em jardins ou poderá ser jogada in natura sem contaminar o lençol freático. Pretendo também fazer uma cerca de garrafa pet, pois fico incomodado com o uso da madeira do mangue na construção das cercas.

Por Dianna Ribeiro

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Graduandos de educação ambiental da UFMA visitam Feira de Ciências do BCA


 A turma de graduação da disciplina de educação ambiental do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), coordenados pela professora Flávia Mochel, estiveram presentes na Feira de Ciências do Centro de Ensino Bernardo Coelho de Almeida (BCA), para prestigiarem e avaliarem os temas discutidos na ocasião.

Realizado na última quinta-feira (20), a Feira de Ciências do BCA abordou várias temáticas, tais como: a situação dos lixos em São Luís; as doenças de veiculação hídrica; os três Rs da sustentabilidade; a situação das praias em São Luis; a situação dos manguezais, assim como os problemas enfrentados pela comunidade que se sustentam através desse ecossistema; as fontes de poluição; as frutas típicas e sua valorização no mercado, suas utilizações medicinais, na culinária, na higiene e na estética. Na ocasião também foram discutido outros temas, tais como, cultura e música, sempre dando ênfase ao Maranhão, principalmente a São Luís.

A visita à feira de ciências faz parte das práticas acadêmicas do curso de oceanografia. Os graduandos tinham como objetivo analisar os temas relacionados à educação ambiental apresentados durante a feira, do ponto de vista da sustentabilidade para que haja a multiplicação da educação ambiental.

Cermangue na  Feira de Ciências do BCA


O mangue teve um lugar especial na Feira de Ciências do Centro de Ensino Bernardo Coelho de Almeida (BCA) . Na ocasião, os alunos da turma 101 explicaram o que é o manguezal, a situação dos mangues em São Luís, os principais problemas  desse ecossistema, e outros.


Os alunos apresentaram o  blog  do “Cermangue” como uma maneira fácil de obter acesso as informações sobre os manguezais. Através dos materiais (jogo de tabuleiro e o jogo do quebra-cabeça)  do centro, os alunos puderam discutir  com quem estava presente, sobre as transformações ambientais.
 

 Confira mais fotos clicando aqui.


Vários momentos da Feira de Ciências do BCA
         
Redação: Dianna Ribeiro

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Aquecimento do continente antártico pode elevar nível do mar em 3 metros

Formação de icebergs gigantes é um processo típico das plataformas de gelo na Antártica.  (Foto: Ralph Timmermann/Alfred Wegener Institute)
Formação de icebergs gigantes na Antártica
 

A porção ocidental da Antártica está se aquecendo quase duas vezes mais rápido do que se acreditava anteriormente, um fato que aumenta os temores de um derretimento que elevaria o nível do mar, de acordo com um estudo divulgado neste domingo (23). 
O grande e inesperado impulso no aquecimento eleva o temor de que a camada de gelo possa ser vulnerável ao descongelamento. A Antártica Ocidental tem gelo suficiente para elevar o nível do mar em pelo menos 3,3 metros se toda ela se derreter, num processo que poderia levar séculos. A elevação do nível do mar pode ocorrer de São Francisco, nos EUA, a Xangai, na China, segundo a pesquisa.
As temperaturas médias anuais na estação de pesquisa de Byrd, na Antártica Ocidental, subiram 2,4 ºC desde os anos 1950, um dos crescimentos mais velozes no planeta e três vezes a média mundial de mudanças climáticas, revelaram os cientistas responsáveis pelo estudo.
"A parte ocidental da camada de gelo [da Antártica] está experimentando quase duas vezes o aquecimento que se imaginava que iria ocorrer", diz uma nota da Universidade Estadual de Ohio, dos EUA, responsável pelo estudo.
O aquecimento "levanta novas preocupações sobre a futura contribuição da Antártica para o aumento do nível do mar", diz o comunicado. Temperaturas mais altas no verão provocam o risco de derretimento da superfície de gelo e neve, embora a maior parte do continente fique congelada ao longo de todo o ano.
Países de baixa altitude, como Bangladesh e Tuvalu, são especialmente vulneráveis à elevação do nível do mar, como são as cidades costeiras, de Londres a Buenos Aires. O nível do mar subiu cerca de 20 centímetros no século passado.
O painel de especialistas em clima da ONU estima que o nível do mar vá aumentar entre 18 e 59 centímetros neste século, e que a elevação poderá ser ainda maior se o degelo da Groenlândia e da Antártica se acelerar em decorrência do aquecimento global causado pelas atividades humanas.

Fonte: G1/Globo Natureza
Foto: Ralph Timmermann/Alfred Wegener Institute




quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

II Semana do Meio Ambiente conta com participação do Cermangue


São Luís, 19 de dezembro


Promovida pelo Projeto Semeando Saberes do Colégio Universitário da UFMA, foi realizada nos dias 10 a 14 de dezembro a II Semana do Meio ambiente. Com o tema “Conservando o ambiente para mais 400 anos de história”, o evento teve como intuito discutir, enaltecer e conservar o ambiente da nossa capital. A semana contou com minicursos, oficinas, mesas-redondas, exposições feitas com materiais reciclados, além da participação do Cermangue, representado pela professora Flávia Mochel.

À frente do projeto está o professor de química, José Alberto Pestana, além de uma comissão organizadora que conta com mais 15 pessoas. Partiu dele a iniciativa de procurar a professora Flávia Mochel, Coordenadora do Cermangue, e contou com o apoio da comissão organizadora. “Já conhecia o trabalho da Flávia, então durante a SBPC tive essa ideia, pois seria uma ótima parceira para dar uma palestra. Inicialmente pensava em uma palestra voltada para os manguezais, então conversei com Flávia e ela se mostrou muito solícita”, disse Pestana.

Para o professor José Alberto, o envolvimento dos alunos com o evento foi além da expectativa.“A importância principal é estabelecer normas, boas práticas educacionais e ambientais. O aluno deve preservar o ambiente em que vive, o ambiente não é só fauna e a flora. É preciso conservar a escola, como? o aluno deve não jogar lixo no chão, não deixar a luz ligada.O evento vem pra afirmar o objetivo do projeto”, afirmou.

A Palestra São Luís 400 anos: desafios para a sustentabilidade socioambiental, Ministrado pela professora Flávia Mochel, encerrou o evento. Na ocasião, ocorreu o sorteio de kits do Cermangue, contendo o livro Mangueando: Brincando e Aprendendo com o Manguezal e o jogo de memória para os alunos presentes.

Redação: Dianna Ribeiro
Revisão: Paiva Silva

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Programa Manguezais do Brasil passa por avaliação de meio termo


São Luís, 18 de dezembro
Robert Walker
Na manhã dos dias 13 e 14 de dezembro, a Coordenadora do Cermangue, Flávia Mochel, recebeu no Laboratório de Manguezais – LAMA,  a visita de Robert Walker, avaliador de programas, responsável por fazer a avaliação de meio termo do Programa Manguezais do Brasil. 

Na ocasião, Walker esclareceu o que é uma avaliação de meio termo e sua finalidade, “os projetos exigem uma avaliação final, e na metade do caminho, uma avaliação de meio termo. Deste modo, esta avaliação tem como finalidade, saber como o projeto vai indo, se tudo está andando bem”, disse. 

Em relação ao seu ponto de vista sobre os projetos de meio ambiente, especificamente no Estado do Maranhão, Robert afirmou “o maranhão é muito importante, o que eu vejo é que talvez faltem recursos, mas, pelo que pude perceber aqui na UFMA, o blog (Cermangue) é um exemplo para o país e para o mundo, no papel que a universidade pode ter, creio que a universidade tem um papel chave. Agora, o que se precisa realmente, é arquitetar uma maior interação entre os órgãos estaduais e federais. Temos que perceber a realidade de cada Estado, pois cada um é diferente”.

O prazo para entrega do relatório da avaliação de meio termo é para meados de janeiro. O Programa “Manguezais do Brasil” é um projeto do Fundo Global para o Meio Ambiente-GEF (sigla em inglês) com o Governo Brasileiro. A agência implementadora é o Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD), e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) é o executor.

Redação: Dianna Ribeiro
Revisão: Paiva Silva

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Coordenadora do Cermangue participa da 65ª Reunião Ordinária do FNMA

São Luís, 13 de dezembro

A Coordenadora do Centro de Recuperação de Manguezais, Flávia Mochel, esteve em Brasília, nos dias 22 e 23 de novembro, participando da 65ª Reunião Ordinária do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), na condição de Conselheira Titular da FNMA e representante da SBPC.
Nesta reunião foi votado os Estados do País que iriam ter seus planos estaduais de recursos hídricos financiados com os recursos do orçamento de 2012. Lembrando que, somente dois poderiam ser selecionados.
Como conselheira, Flávia Mochel, propôs que o Maranhão, fosse um dos Estados financiados, o que foi aprovado. No próximo ano, o maranhão estará implementando seu plano de recursos hídricos e vai beneficiar mais de 6 milhões  de pessoas.
A execução deste plano está a cabo da Secretaria do Meio Ambiente (SEMA).
          

Sobre o FNMA

O Fundo Nacional do Meio Ambiente criado há 22 anos, é o mais antigo fundo ambiental da América Latina. O FNMA é uma unidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA), criado pela lei nº 7.797 de 10 de julho de 1989, com a missão de contribuir, como agente financiador, por meio da participação social, para a implementação da Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA.


 Redação: Dianna Ribeiro
 Revisão: Paiva Silva

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Coordenadora do Cermangue participa da 4ª Reunião Ordinária da Comissão Técnica sobre os Manguezais


São Luís, 12 de dezembro

Flávia Mochel, Coordenadora do Centro de Recuperação de Manguezais, esteve nos dias 27 e 28 de novembro, em Brasília, participando da 4ª Reunião Ordinária da Comissão Técnica sobre os Manguezais Brasileiros, na condição de membro titular representante das universidades.

Na reunião deu-se inicio as discussões sobre as atividades para a construção do programa nacional, discutiu-se também sobre a preocupação com a situação dos manguezais em virtude da extinção do código florestal, e sobre os temas das próximas oficinas que serão realizadas para ouvir a sociedade na construção do programa.

A Comissão Técnica sobre Manguezais tem como finalidade: elaborar subsídios para um Programa Nacional para a Conservação dos Manguezais, estudar, propor e acompanhar a execução de ações, políticas, programas e projetos para o referido ecossistema e os demais ambientes associados.

Redação: Dianna Ribeiro
Revisão: Paiva Silva

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Coordenadora do Cermangue leva bolsistas para visitar o Sambaqui da Beirada, em Saquarema - RJ

São Luís, 11 de dezembro
Durante viagem realizada ao Rio de Janeiro, no mês de novembro, a bióloga Flávia Mochel, Coordenadora do Cermangue, levou um grupo de bolsistas e estagiários para visitar um dos mais importantes sítios arqueológicos do país, o Sambaqui da Beirada, em Saquarema-RJ. Guiados pela historiadora Vanderlea, todos puderam conhecer o conjunto arqueológico e botânico de importância científica e cultural.

Registrado em 1975, o Sambaqui da beirada foi descoberto pelo pescador Manoel Venceslau, o “Juca”. Pesquisado no decorrer de 1987, foi datado pelo método de carbono-14 em 4.520 anos A.P (antes do presente), constituindo a mais antiga ocupação humana do município de Saquarema. Coletores, pescadores e caçadores da época não conheciam a agricultura e o fabrico da cerâmica, mas utilizavam canoas para apanhar a matéria-prima lítica necessária às lâminas de machado, batedores e almofarizes. Construíam habitações temporárias, acendiam fogueiras para a cocção do alimento, fonte de calor e iluminação, sepultando os mortos segundo rituais peculiares.


O Sambaqui foi local de moradia temporária de populações pré-históricas. Têm valor botânico pela vegetação de restinga, representada pela disposição em mosaico cuja paisagem local é deslumbrante não só pela fisionomia, mas também pela composição florística, com espécies de valor alimentar, medicinal e econômico.

 As tradições técnicas, os hábitos alimentares, as práticas funerárias e manifestações artísticas identificadas no contexto do Sambaqui da Beirada são peças importantes no estudo de povos que, ao longo de milênios, deixaram as marcas de sua existência preservadas no solo.

A visita ao sítio faz parte das atividades de campo realizadas pelo laboratório e tiveram como objetivo mostrar aos bolsistas a ocupação dos manguezais na pré-história.


Redação: Dianna Sanny
Revisão: Paiva Silva


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Mapeamento de manguezais e apicuns em Luís Domingues – MA é apresentado durante o V CBO

São Luís, 10 de dezembro


O Centro de Recuperação de Manguezais – CERMANGUE esteve presente durante a quinta edição do Congresso Brasileiro de Oceanografia (CBO’2012), realizado no mês de novembro, no Centro de Convenções Sul América, no Rio de Janeiro. O centro levou uma série de trabalhos para serem discutidos, dentre estes, podemos destacar o trabalho intitulado de “Mapeamento das unidades de paisagens para o estudo da conectividade entre os ecossistemas costeiros do município de Luís Domingues, APA das reentrâncias maranhenses”, objeto de estudo do acadêmico Fabrício Baltazar, orientando da professora Flávia Mochel, Coordenadora do Centro.

O trabalho apresentado durante a CBO’2012 é apenas um resultado parcial do mapeamento realizado neste ano, no Município de Luis Domingues. Segundo Fabrício Baltazar, apesar  de ser um resultado parcial ele já  representa  um resultado final da  sua dissertação. Formado em ciências biológicas desde 2006, Fabrício atualmente é aluno no mestrado de sustentabilidade e ecossistema da UFMA.

 “Os trabalhos de mapeamento e sensoriamento remoto são importantes para que possa ser feito o monitoramento dessas áreas, é possível saber o que foi perdido, as áreas que já estão se regenerando, e outros”, disse Fabrício.

O pesquisador afirmou ainda que é necessário encontrar caminhos que possam viabilizar o uso sustentável desse ecossistema, tendo por base o levamento de dados científicos e trabalhos de educação ambiental, para que possamos orientar a população do uso correto desses recursos naturais.
O trabalho apresentado no CBO, além de ser orientado pela professora Flávia Mochel, contou também com a colaboração do oceanógrafo Ivanilson Fonseca, membro do Cermangue.

 Redação: Dianna Ribeiro
 Revisão: Paiva Silva

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Contaminação por mercúrio dobra nos mares em cem anos, diz estudo


 São Luis, 05 dezembro

 (Foto: Andrew Vaughan/The Canadian Press/AP)
Uma série de nove estudos elaborados por uma equipe de 70 cientistas especializados em vida marinha indica que peixes, crustáceos e demais animais de oceanos do planeta estão cada vez mais sendo contaminados por mercúrio lançado no ar pelo homem, que acaba depositado nas águas marítimas.

Em cem anos, ao longo do século 20, a poluição na superfície dos mares pelo metal mais do que dobrou, apontam as pesquisas, publicadas em uma edição especial do periódico "Environmental Health Perspectives", nesta segunda-feira (3).

A poluição por mercúrio é resultado de ações como mineração, queima de carvão e outros processos industriais, afirmam os cientistas. Os estudos foram realizados por pesquisadores de várias instituições, reunidos no Centro de Pesquisa Colaborativa sobre Ecossistemas, Vida Marinha e Mercúrio, sob a liderança da Universidade Dartmouth, nos EUA. 

As pesquisas sugerem que o mercúrio lançado no ar acaba se depositando na água dos oceanos e em regiões costeiras, contaminando animais marinhos. Cerca de 90% do metal encontrado em mar aberto e 56% do identificado em grandes áreas de golfos têm origem no mercúrio emitido na atmosfera, que tem a ação humana como uma das origens.

"Os oceanos abrigam grandes atuns e peixes-espada, que juntos respondem por mais de 50% do mercúrio com origem marinha consumidos pela população dos EUA", afirma a pesquisadora Elsie Sunderland, da Universidade Harvard, uma das coordenadoras dos estudos.

No Atlântico Norte, a estimativa é que "uma redução de 20% do mercúrio depositado nos oceanos após ser lançado no ar traria um declínio de 16% nos níveis do metal encontrados nos peixes da região", diz o professor Robert Mason, da Universidade de Connecticut, que também integra as pesquisas.

Um terço de todas as emissões de mercúrio na atmosfera estão ligadas à indústria ou outros fatores humanos que poderiam ser controlados, afirmam os cientistas.


Fonte: G1 / Natureza