segunda-feira, 28 de novembro de 2011

"O Mangue"



Beleza que surpreende o imaginário,
Frondosas árvores, a tudo sombreando,
Folhas que caem, seguindo o seu fadário
Bandos de pássaros, aninhando e gorjeando.

Sobre um tapete, macio, escurecido,
Aonde o sol chega brando e sereno,
Caminham os crustáceos, em merecido
Passeio, pelo ensoberbecido terreno.

A natureza, criadora e esplendorosa,
Surpreendentemente primorosa
Improvisa a pluralização da existência.
Translada para o mangue o berço
Proporcionando a vida todo apreço
Suplantando a criação e a magnificência.

ROBERTO P. ACRUCHE

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Sobrevivência de peixes depende da conexão entre manguezais e recifes de corais


Matéria disponível em: http://www.ecoagencia.com.br

Um mapeamento até então desconhecido do ciclo de vida de uma importante espécie de peixe para o país demonstra que a conectividade entre manguezais e recifes é essencial para sua sobrevivência. Conduzido ao longo de um ano por pesquisadores do Brasil e exterior, com apoio da Conservação Internacional (CI-Brasil), o estudo apresentou pela primeira vez os padrões de movimentação do vermelho (Lutjanus jocu) através de diferentes hábitats na Região dos Abrolhos, o maior e mais biodiverso complexo recifal do Hemisfério Sul. A descoberta, publicada recentemente na revista Estuarine, Coastal and Shelf Science, oferece informações-chave para o manejo da espécie, que já apresenta acentuado declínio em seus estoques.

A pesquisa mostra que o tamanho do vermelho é menor nos estuários, intermediário nos recifes costeiros e maior na área do Parque Nacional Marinho (Parnam) dos Abrolhos, indicando que a espécie migra ao longo da plataforma continental na medida em que cresce. Confirmando o estudo recém publicado, dados provenientes da pesca comercial revelam que os maiores peixes, entre 70 e 80cm, são encontrados em recifes ainda mais profundos e afastados da costa. Foram investigadas 12 áreas que representam diferentes hábitats costeiros e recifais, abrangendo a Reserva Extrativista (Resex) de Cassurubá, os recifes Parcel das Paredes e Sebastião Gomes e o Parnam dos Abrolhos.

Segundo Guilherme F. Dutra, diretor do Programa Marinho da CI-Brasil, apesar de a conectividade entre ambientes costeiros e marinhos ser bastante difundida e aceita, poucos trabalhos foram exitosos em demonstrá-la de maneira efetiva. “Esse é o primeiro estudo que consegue provar a relação entre manguezais e recifes para essa espécie que tem grande importância comercial”, comemora.

Ciclo desprotegido - As novas informações sobre o ciclo de vida do vermelho alertam para a condição de vulnerabilidade da espécie cujos estudos recentes indicam redução nos estoques no Banco dos Abrolhos devido à sobrepesca. Segundo informações dos desembarques, são capturados pelo menos 3.000 toneladas da espécie por ano nessa região, numa atividade que envolve cerca de 20 mil pescadores.

“As medidas de manejo adotadas para assegurar a exploração sustentável dos vermelhos não são suficientes”, salienta Rodrigo Moura, professor da Universidade Estadual de Santa Cruz e um dos co-autores do estudo. Ele explica que atualmente não há qualquer restrição às capturas dos adultos durante a fase reprodutiva – entre junho e setembro – ou tamanhos mínimos de comercialização que assegurem que os peixes capturados tenham completado pelo menos um ciclo reprodutivo, o que ocorre acima de 35cm.

Para chegar até a idade adulta, o dentão precisa de refúgio em manguezais e recifes próximos à costa, mesmo em áreas liberadas para pesca. “Uma vez que a espécie migra através da plataforma continental, está claro que áreas protegidas em unidades isoladas, tais como o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, não são efetivas para proteger as diversas etapas do ciclo de vida”, enfatiza Moura. “Isso comprova que é muito importante que tenhamos uma rede de áreas protegidas na região dos Abrolhos que esteja funcionando de forma integrada para de fato dar condições a essas espécies sobreviverem”, completa Dutra.

Para Ronaldo Francini-Filho, co-autor do estudo e professor da Universidade Federal da Paraíba, além dos instrumentos de proteção contra a pesca predatória serem insuficientes, os estuários e manguezais no Brasil têm sido crescentemente impactados pela expansão urbana, portuária e de atividades agroindustriais altamente degradadoras, tais como a carcinicultura (criação de camarões de água salgada). “O que vem ocorrendo nestes locais evidencia claramente as críticas lacunas de proteção e manejo”.

         Esta pesquisa soma-se a outros trabalhos empreendidos na Região dos Abrolhos e que integram um esforço conjunto entre o meio científico e a Conservação Internacional para aprofundar o conhecimento sobre a sua riqueza biológica da e oferecer ferramentas para o uso sustentável e a conservação de sua biodiversidade. “A ciência tem apontado soluções e caminhos para que as pescarias marinhas se transformem em uma atividade geradora de riqueza com sustentabilidade. Apesar disso, a incorporação dessas lições pelas agências responsáveis pelo setor pesqueiro tem sido excessivamente lenta”, avalia Francini-Filho.


Sobre a espécie Lutjanus jocu - Associado aos ambientes rochosos e coralinos, o dentão - ou vermelho - é um dos mais importantes recursos pesqueiros capturados em ecossistemas recifais no Atlântico Ocidental. Das 19 espécies da família Lutjanidade que ocorrem no Brasil, a espécie estudada está entre as cinco mais importantes para a pesca. Apesar de sua importância e ampla distribuição, com ocorrência da Flórida ao sudeste brasileiro, havia pouco conhecimento sobre o ciclo de vida da espécie, inclusive sobre seu deslocamento através de diferentes ecossistemas marinhos e costeiros, dificultando o estabelecimento de políticas adequadas de manejo e conservação da espécie.

Financiamento
O estudo foi financiado pelo Programa “Ciência para a Gestão de Áreas Marinhas Protegidas” (MMAS, da sigla em inglês) - uma iniciativa da Conservação Internacional que busca contribuir para o planejamento, diagnóstico e monitoramento de Áreas Marinhas Protegidas, aliando conhecimento científico e práticas de conservação - que tem o patrocínio da Fundação Gordon e Betty Moore.

Contou também com o suporte financeiro do Conservation Leadership Programme, da National Geographic Society, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq). Os pesquisadores fazem parte da Rede Abrolhos, uma iniciativa financiada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia no âmbito do Sistema Nacional de Pesquisa em Biodiversidade (Sisbiota), visando ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade brasileira e melhorar a capacidade de resposta a mudanças globais, associando as pesquisas à formação de recursos humanos, educação ambiental e divulgação científica. O trabalho de divulgação recebeu o apoio financeiro da Fondation Veolia Environnement.
CI-Brasil/EcoAgência

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Educação Ambiental

          Você já parou para pensar no que você pode e deve fazer para ajudar o meio ambiente?
          Assista e reflita!

Você pode fazer parte desta Campanha, pratique as 5 ações que são propostas no vídeo, passe para seus amigos! 
A Educação Ambiental depende de todos para atingirmos uma melhor sustentabilidade e igualdade.

Fonte: http://www.youtube.com/user/andrearaujovideo

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Cineasta Zeca Pires dirige documentário sobre o manguezal do Itacorubi


Matéria modificada em 16/11/11
Em uma parceria com a bióloga Clarice Panitz, o ecologista André Freyesleben e técnicos do Instituto Mangue Vivo, de Florianópolis, o cineasta e diretor do Departamento Artístico Cultural da UFSC Zeca Nunes Pires está dirigindo mais um documentário.
A produção, que deve ser lançada em abril de 2012, vai abordar o manguezal localizado no bairro do Itacorubi, próximo à Universidade, e pretende alertar a população sobre o descaso da administração local com relação ao “berçário natural”. O documentário começa a ser produzido em um momento de preocupação ambiental da Organização das Nações Unidas, que lançou recentemente uma política mundial de reflorestamento dos manguezais.
O filme deve ser composto de imagens do mangue do Itacorubi, entrevistas com especialistas e população local. Depois do sucesso nacional e internacional do filme “A Antropóloga”, Zeca Pires participa da direção do documentário que pretende incentivar a preservação dos mangues. “Estamos ainda no início das filmagens, temos cerca de três horas de gravação, o que ainda é muito pouco. Como é um documentário, estamos ainda na fase de ‘descoberta’”.

O trabalho está sendo baseado em pesquisas de Clarice Panitz. A bióloga foi por muitos anos professora do Centro de Ciências Biológicas da UFSC e pesquisadora dos manguezais do Estado. Clarice agora é a idealizadora do documentário e pretende defender os mangues como fatores essenciais à fauna e à flora, além de promover a função desse tipo de vegetação no impedimento do avanço natural das marés.
“Apesar de todos os benefícios, o governo local ainda despreza, aterra, despeja lixo e constrói em cima desses grandes mananciais de vida”, preocupa-se Clarice. A pesquisa para a execução do documentário é financiada pelo edital de recuperação de bens do Ministério Público.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Cermangue/LAMA lançam livro sobre o Manguezal


O Centro de Recuperação de Manguezais (Cermangue), juntamente com o Laboratório de Manguezais (LAMA) publicaram, recentemente, o livro MANGUEANDO: Brincando e Aprendendo com o Manguezal. O trabalho é fruto de atividades coletivas do Cermangue/LAMA e reúne informações e atividades acerca dos manguezais brasileiros, no intuito de servir como material para educação ambiental e popularização da ciência, em particular da ecologia de manguezais.

O Conteúdo do livro está disposto em forma de caderno de colorir, com textos simples e atividades lúdicas de avaliação sob a forma de palavras cruzadas, caça-palavras, jogo dos erros, curiosidades, entre outros.


O exemplar pode ser usado como material didático no ambiente escolar ou fora dele e, ainda, em atividades complementares, em oficinas, por gestores, educadores e demais pessoas interessadas no ecossistema manguezal.

O livro foi utilizado em oficinas durante o V Emangue e encontra-se disponível para pedidos. Vale a Pena conferir!




sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Petrobras apresenta trabalho no Colacmar


     Matéria retirada de: http://portosenavios.com.br
     
     A Petrobras apresentou nesta última terça-feira (01/11) no XIV Congresso Latino-Americano de Ciências do Mar (XIV Colacmar) o primeiro diagnóstico ambiental oficial da Bacia de Campos, uma das áreas de maior produção de petróleo e gás do País. Realizado em Balneário Camboriu (SC), o evento contou com a palestra da analista ambiental do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), Ana Paula da Costa Falcão, que tratou da caracterização ambiental das Bacias Sedimentares Marinhas, com foco em responsabilidades, uso na gestão ambiental e alinhamento com as práticas do Governo.
      O estudo iniciado há quatro anos tem como meta caracterizar físico, química, geológica e biologicamente a região de cerca de 100 mil km² que abrange a bacia de Campos, situada entre o Estado do Rio de Janeiro e o sul do Espírito Santo.

      A analista do Cenpes explicou que os trabalhos de caracterização que são coordenados pela Companhia visam formar uma base para a gestão ambiental das atividades de exploração e produção no País. “ Com estes dados fica mais fácil tomar decisões sobre o que é possível fazer em determinadas regiões, antecipando demandas que possam surgir”, ressaltou Ana.

    O projeto da Bacia de Campos, segundo a pesquisadora, envolveu mais de 20 instituções de pesquisa e um enorme esforço de todos seus participantes. Ana Falcão destacou ainda, que o Cenpes possui hoje seis projetos de caracterização de grandes bacias: bacia potiguar e bacia de Campos ( já finalizados), bacia de Sergipe-Alagoas, bacia do Espírito Santo e bacia de Santos( Em andamento) e bacia da margem equatorial ou amazônia azul ( em fase de planejamento). 

       Os visitantes do Colacmar poderão observar os dados do diagnóstico ambiental da bacia de Campos em “realidade virtual” no estande da Petrobras. Lá é possível interagir por meio de computadores com o sistema de informação geográfica que será utilizado para gestão ambiental da região. Também são apresentados os biomapas com os dados ambientais marinhos disponibilizados em parceria com o Google

      Ainda nesta terça-feira, o engenheiro da área de Contingência da Petrobras, Angelo Sartori, participou no Colacmar, do Simpósio Novas Fronteiras Exploratórias do Petróleo: a contribuição da oceanografia à pesquisa e ao Monitoramento na região do Pré-Sal. Na ocasião, Sartori falou sobre a Integração de Tecnologias para Suporte a Emergência Offshore.

      O engenheiro ressaltou que a Petrobras tem investido cada vez mais no monitoramento ambiental: “Em 1998 implantamos o Infopae. Esse sistema utiliza um banco para controle e acompanhamento de emergências, suporte na elaboração de planos, gestão e execução de simulados”, pontuou.

       
Fonte: AGENCIA PETROBRAS

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Cermangue/LAMA integram a ReBentos

Por Paiva Silva, Relações públicas-Cermangue   
        O Centro de Recuperação de Manguezais (Cermangue) e o Laboratório de Manguezais (LAMA), agora integram a ReBentos (Rede de Monitoramento de Habitats Bentônicos Costeiros). A ReBentos é vinculada à Sub-Rede Zonas Costeiras da Rede Clima (MCT) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-mudanças Climáticas).
         A Sub-Rede Zonas Costeiras realizou, em setembro de 2009, na Universidade Federal do Rio Grande (FURG) RS o I Workshop Brasileiro de Mudanças Climáticas em Zonas Costeiras, cujo tema central foi Estado do Conhecimento e Recomendações Futuras.
       Considerando os resultados do primeiro encontro foi proposto o II Workshop Brasileiro de Mudanças Climáticas em Zonas Costeiras que ocorrerá de 6 a 9 de novembro de 2011, em Salvador-Bahia.
    O encontro tem como objetivo desdobrar as recomendações levantadas durante o I Workshop e como metas principais o estabelecimento e/ou fortalecimento de redes observacionais na padronização e adaptação de protocolos metodológicos comparativos, no estímulo à criação de novas linhas de pesquisa dentro do tema mudanças climáticas, tais como: eventos extremos, acidificação dos oceanos e ciclo do carbono. Visa também, discutir a importância da formação de recursos humanos e a abordagem de problemas relacionados com a divulgação científica e a educação da população sobre o mesmo.
O Cermangue/LAMA têm presença confirmada no evento. E você fica por dentro de tudo que vai acontecer no II Workshop, aqui, no nosso blog.
Confira a programação completa em: