Formação de icebergs gigantes na Antártica |
A porção ocidental da Antártica está se aquecendo quase duas vezes mais
rápido do que se acreditava anteriormente, um fato que aumenta os
temores de um derretimento que elevaria o nível do mar, de acordo com um
estudo divulgado neste domingo (23).
O grande e inesperado impulso no aquecimento eleva o temor de que a
camada de gelo possa ser vulnerável ao descongelamento. A Antártica
Ocidental tem gelo suficiente para elevar o nível do mar em pelo menos
3,3 metros se toda ela se derreter, num processo que poderia levar
séculos. A elevação do nível do mar pode ocorrer de São Francisco, nos
EUA, a Xangai, na China, segundo a pesquisa.
As temperaturas médias anuais na estação de pesquisa de Byrd, na
Antártica Ocidental, subiram 2,4 ºC desde os anos 1950, um dos
crescimentos mais velozes no planeta e três vezes a média mundial de
mudanças climáticas, revelaram os cientistas responsáveis pelo estudo.
"A parte ocidental da camada de gelo [da Antártica] está experimentando
quase duas vezes o aquecimento que se imaginava que iria ocorrer", diz
uma nota da Universidade Estadual de Ohio, dos EUA, responsável pelo
estudo.
O aquecimento "levanta novas preocupações sobre a futura contribuição
da Antártica para o aumento do nível do mar", diz o comunicado.
Temperaturas mais altas no verão provocam o risco de derretimento da
superfície de gelo e neve, embora a maior parte do continente fique
congelada ao longo de todo o ano.
Países de baixa altitude, como Bangladesh e Tuvalu, são especialmente
vulneráveis à elevação do nível do mar, como são as cidades costeiras,
de Londres a Buenos Aires. O nível do mar subiu cerca de 20 centímetros
no século passado.
O painel de especialistas em clima da ONU estima que o nível do mar vá
aumentar entre 18 e 59 centímetros neste século, e que a elevação poderá
ser ainda maior se o degelo da Groenlândia e da Antártica se acelerar
em decorrência do aquecimento global causado pelas atividades humanas.
Fonte: G1/Globo Natureza
Foto: Ralph Timmermann/Alfred Wegener Institute
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