São Luís, 20 de setembro
Pesquisadores do
Museu Emílio Goeldi e da Universidade Federal do Pará, associados ao Programa
Casa da Virada, do Instituto Peabiru, iniciam nesta semana, em Curuçá, no
Salgado Paraense, um novo ciclo de estudos sobre os ecossistemas dos manguezais
da região.
Localizado a 150 quilômetros de Belém, Curuçá é formado por 20 mil
hectares de mangues protegidos pela Reserva Extrativista (Resex) Mãe Grande,
parte do maior conjunto contínuo de manguezais do mundo. São 28 pesquisadores
para fazer estudos da biodiversidade, em diversas áreas, sobretudo de espécies
ameaçadas.
De acordo com o coordenador do Programa Casa da Virada, Richardson Frazão, o resultado das pesquisas busca subsidiar o plano de manejo da Resex, além de ser discutido com a comunidade local para o uso sustentável dos recursos naturais. "A comunidade precisa conhecer de fato quais os elementos naturais que estão no seu território para tomar decisões sobre o uso e monitorar eventuais impactos" – explica Frazão.
O trabalho dos pesquisadores vai durar até abril de 2013. Na região, desde a década de 1980, discute-se a construção de um megaporto para navios de alto calado e seu impacto nos ecossistemas locais e comunidades – o super-porto do Espadarte.
Para Frazão, as pesquisas auxiliam ainda na construção de indicadores e na sensibilização da população urbana de Curuçá sobre a importância do mangue para a economia da região. "Mais de 80% das residências da cidade tem mangue no quintal" – assinala.
Pescadores, catadores de caranguejo e marisqueiros dependem da conservação do mangue para a geração de renda e, segundo o coordenador das ações, qualquer desequilíbrio ambiental pode prejudicar milhares de famílias.
Fonte: Terra Magazine
Nenhum comentário:
Postar um comentário