São Luís, 03 de maio de 2013
Equilíbrio ecológico pode ser um dos fatores que ajuda a eliminar o transmissor da doença que atinge principalmente a região amazônica
99,5% dos casos de Malária no Brasil ocorrem na região da Floresta Amazônica, de acordo com o ministério da saúde |
Fatores ecológicos podem impedir a transmissão do plasmódio, micro-organismo causador da malária. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) na Ilha do Cardoso, área preservada de mata atlântica no litoral sul do Estado de São Paulo.
O estudo mostra que a biodiversidade de aves e de mamíferos, bem como a de mosquitos não-vetores do parasita, interrompem a cadeia de
De acordo com o biólogo Gabriel Zorello Laporta, um dos autores da pesquisa, o modelo clássico de transmissão da malária não incorpora os efeitos das inteervenções ecológicas sobre o vetor e os hospedeiros, que podem influenciar ou não a transmissão da doença para os seres humanos. “Os fatores chaves são o vetor (mosquito), que incorpora o parasita ao picar um hospedeiro infectado e que pode levá-lo a um hospedeiro suscetível”, diz o biólogo.
“É um sistema simples, em que nenhum fator externo tem influência”, afirma, ressaltando que, “no entanto, o vetor e os hospedeiros não estão inertes e, dentro do ambiente, realizam interações que podem criar uma instabilidade na dinâmica e, dessa forma bloquearem a transmissão”, afirma.
Os pesquisadores desenvolveram um modelo teórico que foi testado na Ilha do Cardoso, que é uma unidade de conservação da Mata Atlântica situada no litoral sul do Estado de São Paulo. “Nessa região não há presença do parasita, apesar das áreas nas proximidades serem endêmicas para a malária”, diz o cientista. “Dois fatores ecológicos poderiam bloquear a dinâmica de transmissão: os níveis altos de biodiversidade de aves e mamíferos, e também a diversidade de mosquitos não-vetores”.
Segundo ele, os animais podem ser picados pelo mosquito que transmite o parasita, o qual não se desenvolve. “Isso corta a cadeia de transmissão, o que faz com que sejam conhecidos como hospedeiros não competentes ou ‘dead end’ [sem saída]”, afirma Laporta. “Se a alta abundância dessas espécies bloqueia a transmissão, no sentido inverso, uma presença baixa ou média de espécies pode ter o efeito inverso”.
Fonte: Globo Rural
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