(Foto: Divulgação/NASA/JPL-Caltech) |
Um estudo realizado em conjunto entre pesquisadores brasileiros e
estrangeiros aponta que o número de árvores mortas na Amazônia por conta
de tempestades, secas e outros fenômenos climáticos é subestimado em
análises tradicionais, podendo ser de 9% a até 17% maior do que o
previsto anteriormente.
A mortalidade destas árvores tem sido ignorada porque as análises
comuns se baseiam apenas em trabalho de campo e em inventários
florestais, disse ao G1 o pesquisador Niro Higuchi, do
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), coordenador do grupo
brasileiro que participou do estudo.
A pesquisa foi publicada nesta semana no site da renomada revista
"Proceedings of the National Academy of Sciences", mantida pela Academia
Americana de Ciências. Além do Inpa, também participaram cientistas da
Universidade da Califórnia, da Universidade Tulane e do Laboratório
Nacional de Berkeley, todos nos EUA, além de pesquisadores do Instituto
Max Planck para Biogeoquímica, na Alemanha.
Para dar uma ideia da força que eventos meteorológicos têm sobre a
Amazônia, Higuchi citou como exemplo uma grande tempestade ocorrida na
floresta, em janeiro de 2005, que destruiu mais de 500 milhões de
árvores segundo suas contas. O fenômeno teve rajadas de vento de até 140
km/h.
Nova ferramenta
Para fazer uma avaliação mais precisa do número de árvores destruídas por fenômenos climáticos e de sua contabilização nas emissões de CO2 pela floresta, os cientistas desenvolveram uma nova ferramenta que combina imagens de satélite da Amazônia e levantamentos "in loco".
Para fazer uma avaliação mais precisa do número de árvores destruídas por fenômenos climáticos e de sua contabilização nas emissões de CO2 pela floresta, os cientistas desenvolveram uma nova ferramenta que combina imagens de satélite da Amazônia e levantamentos "in loco".
Batizado de Trecos ("Tropical Tree Ecosystem and Community Simulator",
no nome em inglês), o modelo foi preparado com imagens de satélite de
uma série histórica com mais de 20 anos.
"Medir os efeitos do desmatamento é relativamente fácil, hoje em dia há
vários métodos em campo e boa cobertura de satélite. Mas fenômenos como
chuvas, tempestades e seca não seguem um padrão, são espalhados por
toda a Amazônia. Há muita dificuldade de se chegar em certas áreas da
floresta", afirma Higuchi.
Fonte: G1/Natureza
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