São Luís, 11 de dezembro
Durante viagem
realizada ao Rio de Janeiro, no mês de novembro, a bióloga Flávia Mochel, Coordenadora do Cermangue, levou
um grupo de bolsistas e estagiários para visitar um dos mais importantes sítios
arqueológicos do país, o Sambaqui da Beirada, em Saquarema-RJ. Guiados pela
historiadora Vanderlea, todos puderam conhecer o conjunto arqueológico e
botânico de importância científica e cultural.
Registrado em 1975, o
Sambaqui da beirada foi descoberto pelo pescador Manoel Venceslau, o “Juca”.
Pesquisado no decorrer de 1987, foi datado pelo método de carbono-14 em 4.520
anos A.P (antes do presente), constituindo a mais antiga ocupação humana do
município de Saquarema. Coletores, pescadores e caçadores da época não
conheciam a agricultura e o fabrico da cerâmica, mas utilizavam canoas para
apanhar a matéria-prima lítica necessária às lâminas de machado, batedores e
almofarizes. Construíam habitações temporárias, acendiam fogueiras para a
cocção do alimento, fonte de calor e iluminação, sepultando os mortos segundo
rituais peculiares.
O Sambaqui foi local de moradia temporária de populações pré-históricas.
Têm valor botânico pela vegetação de restinga, representada pela disposição em
mosaico cuja paisagem local é deslumbrante não só pela fisionomia, mas também
pela composição florística, com espécies de valor alimentar, medicinal e
econômico.
As tradições
técnicas, os hábitos alimentares, as práticas funerárias e manifestações
artísticas identificadas no contexto do Sambaqui da Beirada são peças
importantes no estudo de povos que, ao longo de milênios, deixaram as marcas de
sua existência preservadas no solo.
A visita ao sítio faz
parte das atividades de campo realizadas pelo laboratório e tiveram como
objetivo mostrar aos bolsistas a ocupação dos manguezais na pré-história.
Redação: Dianna Sanny
Revisão: Paiva Silva
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