terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Coordenadora do Cermangue leva bolsistas para visitar o Sambaqui da Beirada, em Saquarema - RJ

São Luís, 11 de dezembro
Durante viagem realizada ao Rio de Janeiro, no mês de novembro, a bióloga Flávia Mochel, Coordenadora do Cermangue, levou um grupo de bolsistas e estagiários para visitar um dos mais importantes sítios arqueológicos do país, o Sambaqui da Beirada, em Saquarema-RJ. Guiados pela historiadora Vanderlea, todos puderam conhecer o conjunto arqueológico e botânico de importância científica e cultural.

Registrado em 1975, o Sambaqui da beirada foi descoberto pelo pescador Manoel Venceslau, o “Juca”. Pesquisado no decorrer de 1987, foi datado pelo método de carbono-14 em 4.520 anos A.P (antes do presente), constituindo a mais antiga ocupação humana do município de Saquarema. Coletores, pescadores e caçadores da época não conheciam a agricultura e o fabrico da cerâmica, mas utilizavam canoas para apanhar a matéria-prima lítica necessária às lâminas de machado, batedores e almofarizes. Construíam habitações temporárias, acendiam fogueiras para a cocção do alimento, fonte de calor e iluminação, sepultando os mortos segundo rituais peculiares.


O Sambaqui foi local de moradia temporária de populações pré-históricas. Têm valor botânico pela vegetação de restinga, representada pela disposição em mosaico cuja paisagem local é deslumbrante não só pela fisionomia, mas também pela composição florística, com espécies de valor alimentar, medicinal e econômico.

 As tradições técnicas, os hábitos alimentares, as práticas funerárias e manifestações artísticas identificadas no contexto do Sambaqui da Beirada são peças importantes no estudo de povos que, ao longo de milênios, deixaram as marcas de sua existência preservadas no solo.

A visita ao sítio faz parte das atividades de campo realizadas pelo laboratório e tiveram como objetivo mostrar aos bolsistas a ocupação dos manguezais na pré-história.


Redação: Dianna Sanny
Revisão: Paiva Silva


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