São Luís, 10 de outubro.
A fiscalização contra o desmatamento na Amazônia Legal
será permanente e ostensiva a partir de agora. Segundo a ministra do Meio
Ambiente, Izabella Teixeira, foi criada uma força nacional de segurança
ambiental permanente na região, independente da sazonalidade de desmatamentos
observada nos últimos anos.
"Não sairemos mais da Amazônia Legal,
mesmo com chuva. Todo mundo espera que a gente saia na época da chuva, para
desmatar", disse a ministra. Segundo ela, o trabalho desses grupamentos
foram iniciados na região há pouco mais de um mês. "Agora, a fiscalização
com estratégia de inteligência estará permanente".
Izabella disse que o novo modelo de
fiscalização adotado pelo governo também inclui serviços de inteligência
envolvendo outros órgãos do governo e um programa de ação de combate aos crimes
que será conduzido pelo Exército. Intitulado Proteger Ambiental, a criação do
programa deve ser publicada esta semana.
"Mudou todo o arranjo de inteligência
ambiental e de ação coordenada das entidades federais. Vamos trabalhar com o
Exército, Marinha e Aeronáutica. Vamos contar com a inteligência militar",
disse. Em tom otimista, a ministra afirmou que os resultados vão aparecer em
poucos dias.
Em agosto deste ano, o Sistema de
Monitoramento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe), mostrou que a degradação e o desmatamento na Amazônia Legal
atingiram uma área quase 200% maior do que a destruída em agosto do ano
passado. Em setembro, a devastação na região caiu para 282 km², mas ainda
afetou uma área maior do que a do ano passado (213 km²).
A queda na comparação entre agosto e
setembro foi impulsionada, principalmente, pela redução de 83% da área
desmatada no Pará e de 32% no Mato Grosso. Apesar do aumento da área afetada em
comparação a 2011, o governo anunciou os números em um clima mais otimista.
Foi a primeira vez que as imagens da
destruição foram analisadas e o governo conseguiu separar, nesses locais, o que
foi degradação, que pode incluir as queimadas intensificadas pela seca do mês
de agosto, e o que representa corte raso, ou desmatamento.
"Dos 522 km² em agosto, 40% estão
associados a desmatamento corte raso e 60% a degradação, que inclui queimadas.
É um período atípico, com intensificação de queimadas pela seca", explicou
a ministra. Em setembro, o desmatamento superou a degradação, respondendo por
63% da área identificada pelo satélite.
"Muitas vezes o fiscal sai e se depara
com desmatamento que já aconteceu ou com área que é queimada e não é
desmatamento. Este aperfeiçoamento tecnológico foi concluído ontem entre Inpe e
Ibama Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Hídricos", disse a
ministra.
Fonte: Terra
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