Manguezais, berçários de várias espécies animais, sofrem redução no Rio
Por joão Ricardo gonçalves
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Tema de várias músicas narrando a vida sofrida dos catadores de caranguejo que tiram seu sustento da lama, os manguezais são, do ponto de vista ecológico, áreas nobres e descritas como ‘berçários’ de vida costeira. No Rio, várias dessas ‘incubadoras’ têm sofrido perdas significativas. É o que mostra estudo do engenheiro cartográfico e pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Gilberto Pessanha Ribeiro.
No estudo, com apoio da Faperj, ele analisou imagens de manguezais captadas por satélites e também os visitou. O levantamento confirma perdas de já conhecidas áreas de mangues na Região Metropolitana do Rio — como em São Gonçalo, onde houve diminuição de 17% na vegetação. A pesquisa também aponta devastações na Região dos Lagos, que perdeu 30% de seus manguezais. Cidades próximas dali também sofrem. “Os principais motivos são a explosão imobiliária, com a ocupação do litoral de municípios como Rio das Ostras, Macaé, Carapebus e Quissamã”, explica o pesquisador.
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Além disso, a região do estado do Rio de Janeiro onde os mangues estão mais preservados — a parte norte da foz do rio Paraíba do Sul — fica num município onde a população vai crescer bastante: São João da Barra, que também abriga as praias de Atafona e Grussaí. A cidade vai passar por grandes transformações com a instalação do Complexo Portuário (Superporto) do Açu, a ser inaugurado em 2012.
Atualmente, parte da área do município pertence a investidores particulares, nacionais e estrangeiros, que estão projetando pólos populacionais e uma nova cidade. Pessanha afirma que novas ocupações devem ser mapeadas — a população local pode passar dos 30 mil habitantes atuais para mais de 120 mil em apenas cinco anos.
Atualmente, parte da área do município pertence a investidores particulares, nacionais e estrangeiros, que estão projetando pólos populacionais e uma nova cidade. Pessanha afirma que novas ocupações devem ser mapeadas — a população local pode passar dos 30 mil habitantes atuais para mais de 120 mil em apenas cinco anos.
Empresa responsável pelas obras no Porto do Açu, a LLX informou que não há registro de mangue na área de influência do empreendimento e que desenvolve mais de 50 programas socioambientais na região, inclusive a manutenção de uma área de proteção ambiental, protegendo uma zona de restinga.