segunda-feira, 20 de junho de 2011

Manguezais degradados têm salvação

Matéria publicada no Jornal da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia
Edição nº7-Novembro de 2010


Método utilizado no Maranhão garante rápida recuperação

A pesquisadora maranhense Flávia Mochel, do Departamento de Oceanografia e Limnologia da UFMA, desenvolveu um processo rápido de recuperação dos manguezais. 
       Primeiramente, os propágulos do mangue (sementes já germinadas) são coletados em áreas lamosas e alagados. Em seguida, são cultivados em viveiros e recebem acompanhamento constante. Em alguns meses, as plantas são devolvidas  aos bosques de mangue. São ''ecossistemas complexos e variados e dependem, também, da preservação de estuários, apicuns, planícies de marés, recifes de coral e praias'', destacou a pesquisadora.
       Os manguezais brasileiros estendem-se por 6.800 km da costa do país e são os mais desenvolvidos do mundo. “Somente no Maranhão, existem sete tipos distintos de manguezal”, explicou Mochel.
 Preservar para proteger
       A pesquisadora alertou para a necessidade de preservação dos mangues, um dos responsáveis, por exemplo, pelo controle do fluxo de marés. “Já conseguimos comprovar que o manguezal evita que o excesso de água avance pelo continente'', afirmou Mochel.
       Os mangues estão sendo destruídos a uma taxa quatro vezes maior do que as demais florestas do mundo. Os impactos ambientais advêm de desmatamentos, canalizações, queimadas e barragens. Segundo a pesquisadora, esse ecossistema só consegue cumprir sua função de proteger a costa de problemas como a erosão, assoreamento, enchentes e ventos se houver a manutenção de densidade, espécies e uma faixa extensa de manguezal.

       Além dos bens e serviços ambientais, com a biodiversidade e o patrimônio genético, os manguezais têm um papel importante na dieta humana. "Mais de 100 mil famílias maranhenses vivem do recurso do caranguejo. A perda desse patrimônio não é só uma perda ambiental, mas econômica, social e de proteção alimentar", concluiu.



   Baseado em matéria de Rômulo Gomes, do Núcleo de Difusão Científica-Fapema.

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